A reportagem da Fernanda Brescia (Do G1 MG) com a família do menino Fabrizzio Castro (4 anos) mostra a importância que a literatura e mídias em libras trás para a o desenvolvimento educacional de crianças surdas e sua interação com seus familiares, hoje o mercado apesar de tímido em produzir mídias e histórias infantis em libras, ainda é bem melhor que ha 20 anos atrás como bem expressa a avó de Fabrizzio (Cláudia Soares) em sua experiencia com sua filha Fernanda Soares (mãe de Fabrizzio) que era estimulada a oralizar e sofria muito pois não conseguia entender e tampouco expressar seus pensamentos.Agora com o bom desempenho de seu neto, Cláudia Soares percebe o quando a libras é importante para os surdos e que quanto mais cedo a criança surda e seus familiares tiverem conhecimento em libras melhor será para sua comunicação e seu aprendizado. É incontestável que a Libras é essencial tanto para surdos e deficientes auditivos quanto para ouvintes, para uma interação plena e sem exclusões. O próximo passo é investimento em cursos e a perfeiçoamentos de principalmente para profissionais que lidam com surdos e investimento em qualidade educacional, com mídias e materiais impressos que favoreçam o aprendizado em libras para surdos e porque não para ouvintes.
Fátima Victor
Fátima Victor
Literatura em Libras Favorece inclusão e
desenvolvimento de crianças surdas e com deficiência auditiva.
Histórias impressas e vídeos em Libras instigam
memória e vocabulário.
Conhecimento da LIBRAS pelos pais é importante para a criança se sentir acolhida.
Conhecimento da LIBRAS pelos pais é importante para a criança se sentir acolhida.
Com quatro
anos, Fabrizzio Castro já sabe ler, escrever e chama a atenção como contador de
histórias. A mãe dele, Fernanda Soares, credita o desenvolvimento ao intenso
contato da criança com literatura. O menino, que é surdo desde o nascimento, é
apaixonado por livros e DVDs infantis e chega a pedir os artigos como presentes
em datas comemorativas ao invés de brinquedos.
"Ele prefere livros a carrinhos", diz Cláudia Soares, avó de Fabrízzio Castro (Foto: Fernanda Brescia/G1)
Histórias em formato impresso ou digital estimulam o
vocabulário e o ganho de habilidades para crianças surdas. As narrativas
traduzidas ou adaptadas para a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) são
ainda mais indicadas, segundo especialistas. Para a professora e coordenadora
do Núcleo de Libras da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Elideia Bernadino, o contato com a Libras deve ser incentivado
desde cedo. “O quanto antes [a criança] tiver contato com a Libras, melhor pra ela,
porque vai ajudar no desenvolvimento cognitivo e ela vai adquirir uma língua
cedo. O aprendizado da Libras não vai interferir no aprendizado do português”,
afirma.
Ainda segundo a pesquisadora, as expressões corporais e
faciais do intérprete que conta uma história transmitem sentimentos que ajudam
na integração e no desenvolvimento das crianças da comunidade surda. “Vários
surdos falam comigo: ‘português não tem emoção como a Libras’. O texto escrito
é uma coisa fria para uma pessoa que não domina a língua. Na Libras, a criança
sente a emoção narrada”, disse. Fabrizzio, que é filho de surdos, teve contato
com a Libras desde o nascimento. “Desde os primeiros meses, ele já é
sinalizado. Ele falava ‘mamãe’ e ‘papai’ usando sinais. Hoje, ele está
começando a aprender o português”, relatou a avó do menino, Cláudia Soares.
Aos quatro
anos, Fabrízzio, que é filho de surdos, se comunica em Libras e está aprendendo
Português (Foto: Fernanda Brescia/G1)
Mãe e avó de surdos, Cláudia acompanhou a evolução da
literatura deste segmento nas duas últimas décadas. “Antes não se usava Libras,
era tudo oralizado”, disse. Cláudia conta que a filha dela, Fernanda Soares,
sofreu muito quando era criança. “Eu lembro que eu tinha um livro da Branca de
Neve. Eu mostrava, contava do meu jeito em português e ela não entendia nada.
Ela era oralizada, mas não sabia nem Libras, nem português. Ela chorava porque
não compreendia e eu queria que a menina falasse, né”, disse.
Segundo Cláudia, antigamente, a surdez era vista como
doença e os surdos não eram acolhidos como hoje. Ela relatou que tinha 18 anos
quando descobriu que a filha Fernanda, com cinco meses, era surda, mas não
aceitava. “Eu teimava pra ela falar ‘copo’, mas ela não entendia. Era difícil
construir uma história, uma frase”, disse. “Quando ela dominou a Libras, aos 16
anos, passou a dar significado para as coisas”, completou. “Às vezes ela me
perguntava ‘o que é isto?’ e eu não conseguia passar pra ela. Com o Fabrizzio,
o retorno é imediato. Tenho várias formas para mostrar para ele. A comunicação
é 100%. Com a Fernanda, não chegava aos 50%”, conta.
Vários surdos
falam comigo: ‘português não tem emoção como a Libras’. O texto escrito é uma
coisa fria para uma pessoa que não domina a língua. Na Libras, a criança sente
a emoção narrada"Elideia
Bernadino, coordenadora do
Núcelo de Libras da UFMG.
Núcelo de Libras da UFMG.
Para Cláudia, o reconhecimento da Libras como língua foi importante
tanto para o avanço da literatura voltada para surdos, quanto para o
desenvolvimento de outras áreas do conhecimento e pesquisas. Segundo
informações da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis),
atualmente, cerca de 3% da população brasileira apresenta algum tipo de
deficiência auditiva. Em 2002, o governo federal reconheceu a Libras como a
língua oficial a ser utilizada pelos surdos, por meio da Lei 10.436.
Para a pesquisadora da UFMG Elidea Bernardino, é essencial que a família da criança surda aprenda Libras para que ela se sinta incluída. “A maioria dos surdos têm pais ouvintes, 90%, 95%. Um número muito pequeno de crianças surdas tem contato com surdos no início. Assim que uma criança surda nasce, os familiares ouvintes têm que ser ‘realfabetizados’”, diz.
Para a pesquisadora da UFMG Elidea Bernardino, é essencial que a família da criança surda aprenda Libras para que ela se sinta incluída. “A maioria dos surdos têm pais ouvintes, 90%, 95%. Um número muito pequeno de crianças surdas tem contato com surdos no início. Assim que uma criança surda nasce, os familiares ouvintes têm que ser ‘realfabetizados’”, diz.
Neste sentido, também é importante que
os pais e familiares criem estratégias para incentivar as crianças a ler e se
integrar. “Conheço um pai que, para criar o gosto pela leitura, começava a ler
pra ele [para o filho] e, quando a história chegava ao clímax, ele fechava o
livro, entregava para o menino e falava: ‘agora, você vai ler’. Aí, ele [a
criança] ia começando a ler a história toda, entendendo melhor o português, ia
curioso”, contou.
Segundo Elidea, narrativas elaboradas para as crianças surdas também devem ter elementos do português para que os pais compreendam e transmitam a mensagem aos filhos. “A história geralmente é sinalizada e tem legendas para os familiares entenderem o que é falado. O objetivo é chegar ao surdo pela sinalização e não pela legenda. Por isto, até a posição da leitura é diferente, pois a criança tem que ver o rosto de quem conta”, reflete a pesquisadora.
Para ela, histórias também são importantes para o desenvolvimento de habilidades como a memória e a noção de princípio, meio e fim, essencial para a compreensão de passado, presente e futuro. Cláudia e Fernanda, avó e mãe de Fabrízzio, investem em jogos e brincadeiras. ”A memória do surdo é visual. Um quebra-cabeça com 80 peças ele [Fabrizzio] monta em segundos. No jogo da memória, então, ele ganha de qualquer um”, diz Cláudia.
Segundo Elidea, narrativas elaboradas para as crianças surdas também devem ter elementos do português para que os pais compreendam e transmitam a mensagem aos filhos. “A história geralmente é sinalizada e tem legendas para os familiares entenderem o que é falado. O objetivo é chegar ao surdo pela sinalização e não pela legenda. Por isto, até a posição da leitura é diferente, pois a criança tem que ver o rosto de quem conta”, reflete a pesquisadora.
Para ela, histórias também são importantes para o desenvolvimento de habilidades como a memória e a noção de princípio, meio e fim, essencial para a compreensão de passado, presente e futuro. Cláudia e Fernanda, avó e mãe de Fabrízzio, investem em jogos e brincadeiras. ”A memória do surdo é visual. Um quebra-cabeça com 80 peças ele [Fabrizzio] monta em segundos. No jogo da memória, então, ele ganha de qualquer um”, diz Cláudia.
"No jogo da memória, então, ele ganha de qualquer
um", diz Cláudia Soares sobre o neto Fabrizzio (Foto: Fernanda Brescia/G1)
Mercado
No Brasil, o mercado literário tem crescido para atender a demanda da comunidade surda, especialmente das crianças, mas as iniciativas ainda não atendem a todos, segundo especialistas. “Me parece que ações governamentais são muito tímidas em relação a isto. Vejo que há muito barulho e pouca luz”, disse Astomiro Romais, diretor da Editora da Ulbra.
No Brasil, o mercado literário tem crescido para atender a demanda da comunidade surda, especialmente das crianças, mas as iniciativas ainda não atendem a todos, segundo especialistas. “Me parece que ações governamentais são muito tímidas em relação a isto. Vejo que há muito barulho e pouca luz”, disse Astomiro Romais, diretor da Editora da Ulbra.
Geralmente, as narrativas publicadas por editoras são
adequadas para o universo da comunidade surda. Temas como a interação entre
surdos e ouvintes, a maneira como o surdo enxerga o mundo e a relação dos
parentes ouvintes com o único surdo da família são recorrentes na literatura do
gênero. A adaptação de livros clássicos também aparece com frequência nas
prateleiras das livrarias e das videolocadoras.
Cinderela Surda perde
a luvinha, ao invés do sapato de cristal (Foto: Editora da Ulbra)
Segundo o
editor-assistente da Editora da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Roger
Kessler, a iniciativa é inclusiva e tende a gerar aproximação entre crianças
surdas e ouvintes. “A tendência tem sido esta, de lançar livros com personagens
consagrados do imaginário infantil”, diz. Para o diretor da editora, Astomiro
Romais, também é importante que a história tenha elementos do universo surdo.
Um dos livros lançados em 2003 pela empresa, Cinderela Surda, reconta a fábula
da moça que encontra o príncipe depois da meia noite e vive feliz para sempre.
Neste caso, a princesa perde a luva e não o sapatinho de cristal. “A intenção é
valorizar a questão da própria mão como elemento da comunicação, elemento
fundamental da linguagem visual”, reflete.
A avó de Fabrizzio, Cláudia Soares, diz que o menino tem uma coleção de artigos de literatura em casa. “Fabrizzio tem muitos livros, DVDS imensos, tem histórias da Turma da Mônica em Libras, do Pinóquio. Hoje, é muito vasto o material em Libras. Há livrinhos, quebra-cabeça, dominó, jogo da memória. Então, tem muita coisa pra construir este vocabulário, este mundo da Libras”, conta. Ela diz que um dos livros do menino reconta a história dos Três Porquinhos. Na versão, quando o Lobo Mau toca a campainha, o equipamento ativa as luzes da casa para que os porquinhos surdos abram a porta, ao invés de emitir um som. Segundo ela, o garoto também tem livros não traduzidos. “Quando eu compro um livro de história comum, ele vê a gravura e quer saber se a casa é grande, pequena, qual é a cor. Ele fica olhando para a gravura e pra mim para que eu explique cada página em Libras. É tudo gestovisual”, diz.
A avó de Fabrizzio, Cláudia Soares, diz que o menino tem uma coleção de artigos de literatura em casa. “Fabrizzio tem muitos livros, DVDS imensos, tem histórias da Turma da Mônica em Libras, do Pinóquio. Hoje, é muito vasto o material em Libras. Há livrinhos, quebra-cabeça, dominó, jogo da memória. Então, tem muita coisa pra construir este vocabulário, este mundo da Libras”, conta. Ela diz que um dos livros do menino reconta a história dos Três Porquinhos. Na versão, quando o Lobo Mau toca a campainha, o equipamento ativa as luzes da casa para que os porquinhos surdos abram a porta, ao invés de emitir um som. Segundo ela, o garoto também tem livros não traduzidos. “Quando eu compro um livro de história comum, ele vê a gravura e quer saber se a casa é grande, pequena, qual é a cor. Ele fica olhando para a gravura e pra mim para que eu explique cada página em Libras. É tudo gestovisual”, diz.
Para Cláudia, o fato de a
criança conhecer o personagem, ajuda no aumento do vocabulário e na efetividade
da comunicação. “Ele conhece os personagens, sabe que o Cascão não gosta de
tomar banho. Com muita certeza é aprendizado porque dali ele imagina outras
histórias”, diz. (Veja, ao lado, um trecho de uma história da Turma da Mõnica
em Libras). Ela também critica a resistência das editoras a
publicar narrativas inéditas. “Acho que falta capacitação em Libras”, afirma.
A Editora Arara Azul
também adapta clássicos da literatura universal para a Libras e o carro-chefe
do gênero na empresa são os vídeos com intérpretes que acompanham o material
impresso. “Nosso foco é trazer para a língua de sinais um pouco da tradição
literária da humanidade. As pessoas surdas são em sua essência biculturais, já
que vivem no mundo dos ouvintes e da comunidade surda, quando possível. Assim,
como qualquer criança, é importante ter contato com o mundo da imaginação”, diz
a gerente editorial e de projetos da editora, Clelia Regina Ramos.
Em 2003, a editora lançou o primeiro livro da coleção digital bilíngue português/Libras, "Alice no País das Maravilhas", com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Acesse o site da Editora Arara Azul para ter acesso à parte da história.
Em 2003, a editora lançou o primeiro livro da coleção digital bilíngue português/Libras, "Alice no País das Maravilhas", com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Acesse o site da Editora Arara Azul para ter acesso à parte da história.
Narrativa do clássico Alice no País das Maravilhas tem
elementos para atender às crianças surdas e aos pais ouvintes (Foto: Editora
Arara Azul)
Tanto na Arara Azul quanto na Editora da Ulbra, o trabalho de “tradução”
e adaptação das narrativas é feito com a participação de surdos.
O Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) produz
vídeos com histórias narradas por pessoas caracterizadas como os personagens. Assista a um trecho da história
da Chapeuzinho Vermelho.
Família e escola
Para que as crianças surdas não sofram nenhuma defasagem, é essencial o incentivo dos familiares, segundo especialistas. “Eles têm que quebrar as barreiras da comunicação. A maioria dos pais não aprende Libras e delega para a escola a função de educação do surdo. Poucos se dedicam a buscar uma comunicação efetiva com os filhos”, diz Elidea. A pesquisadora conta que já teve que interferir no diálogo entre uma adolescente surda e a mãe dela, que não conhecia a linguagem de sinais e pediu ajuda para convencer a menina de que ela não deveria sair sozinha à noite. “Ele [o surdo] acaba ficando isolado. Normalmente, uma pessoa aprende e passa a ser o interlocutor na família. Os pais falam para o irmão traduzir”, completa.
Família e escola
Para que as crianças surdas não sofram nenhuma defasagem, é essencial o incentivo dos familiares, segundo especialistas. “Eles têm que quebrar as barreiras da comunicação. A maioria dos pais não aprende Libras e delega para a escola a função de educação do surdo. Poucos se dedicam a buscar uma comunicação efetiva com os filhos”, diz Elidea. A pesquisadora conta que já teve que interferir no diálogo entre uma adolescente surda e a mãe dela, que não conhecia a linguagem de sinais e pediu ajuda para convencer a menina de que ela não deveria sair sozinha à noite. “Ele [o surdo] acaba ficando isolado. Normalmente, uma pessoa aprende e passa a ser o interlocutor na família. Os pais falam para o irmão traduzir”, completa.
A pedagoga e professora de nível médio Luciana Freitas coordena um curso
de Libras para familiares de surdos em Belo Horizonte e diz que a maioria dos
pais têm resistência para aprender a nova língua. “Eles querem que o filho
fale, querem que eles ouçam. Ainda mais agora com o implante coclear, as
próteses”, diz. Ela aponta a importância do esforço dos pais para que as
crianças tenham a Libras como língua materna. “É importante que a criança tenha
uma referência. Com seis meses, ela já vai balbuciar alguns sinais”, diz.
Eles têm que
quebrar as barreiras da comunicação. A maioria dos pais não aprende Libras e
delega para a escola a função de educação do surdo"Elidea Bernardino, coordenadora do Núcleo de Libras
da UFMG.
De acordo com Luciana, todos os alunos de uma instituição em que ela
lecionou, tinham mais contato com Libras na escola do que em casa. Ela diz que
a instituição recebia livros do Ministério da Educação (Mec). “Geralmente, a
escola dá um kit para o aluno com caderno, lápis e um kit literário. Alguns
livrinhos eles [os alunos] podem levar. Mas, em casa, geralmente é usada a
língua oral mesmo”, falou. Ainda segundo a pedagoga, alguns dos materiais
didáticos também eram integrados à biblioteca local. “Na medida do possível a
gente está assistido, mas poderia ter muito mais [materiais]. Acho que é uma
área nova, que está caminhando”, disse.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), estudantes surdos
matriculados em escolas públicas recebem materiais didáticos impressos em
Língua Portuguesa acompanhados por um CD em Libras. Ainda de acordo com o
ministério, em 2006, 33 mil exemplares do livro didático de alfabetização
acessível em Libras foram disponibilizados para as instituições do país. Em
2007 e 2008, foram distribuídos 463.710 exemplares da Coleção Pitanguá
acessível em Libras (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia e
História) para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Em 2011, 254.712
exemplares da Coleção Porta Aberta – FTD, acessível em Libras, foram enviados
às escolas, de acordo com o ministério. Exemplares do Dicionário Enciclopédico
Ilustrado Trilíngue: Libras, Português e Inglês e materiais para a capacitação
de professores e educadores também são disponibilizados, de acordo com o Mec.
Para Cláudia Soares, avó e mãe de surdos, ainda faltam investimentos por parte dos governos e do mercado literário para que haja aumento da divulgação e disponibilização de materiais em Libras e audiovisuais. “É uma luta, é muito esforço de estar querendo o melhor mesmo. Nossas autoridades têm que fazer mais pelos surdos. Não falo que são especiais; eles são capazes, competentes”, diz ela. “A criança surda precisa ter a língua materna dela, a Libras, numa escola regular. A gente defende a escola bilíngue, mas a gente não tem”, afirma.
Segundo dados do MEC, no ano passado, 70.823 estudantes com surdez e com deficiência auditiva foram matriculados na Educação Básica, sendo 33.372 estudantes com surdez severa e profunda e 37.451 com deficiência auditiva. Deste total, 22.249 estudantes com surdez e 30.251 com deficiência auditiva estão matriculados nas escolas comuns de ensino regular, representando um total de 52.500, ou 74%.
Nas escolas regulares, os surdos têm aulas com os alunos ouvintes e uma intérprete. Em Minas Gerais, estes estudantes contam com salas de estudos e acompanhamento de profissionais, segundo a Secretaria de Estado e Educação.
A gerente editorial e de projetos da Editora Arara Azul, Clelia Regina Ramos, ressalta que o surdo tem direito a ter todos os materiais que as outras pessoas têm traduzidos para a Libras, mas o material ainda é caro. “É trabalho com multimídia, os profissionais são caros, tem filmagem”. Ela aponta a necessidade de mais investimentos e parcerias para que o setor cresça.
Para Cláudia Soares, avó e mãe de surdos, ainda faltam investimentos por parte dos governos e do mercado literário para que haja aumento da divulgação e disponibilização de materiais em Libras e audiovisuais. “É uma luta, é muito esforço de estar querendo o melhor mesmo. Nossas autoridades têm que fazer mais pelos surdos. Não falo que são especiais; eles são capazes, competentes”, diz ela. “A criança surda precisa ter a língua materna dela, a Libras, numa escola regular. A gente defende a escola bilíngue, mas a gente não tem”, afirma.
Segundo dados do MEC, no ano passado, 70.823 estudantes com surdez e com deficiência auditiva foram matriculados na Educação Básica, sendo 33.372 estudantes com surdez severa e profunda e 37.451 com deficiência auditiva. Deste total, 22.249 estudantes com surdez e 30.251 com deficiência auditiva estão matriculados nas escolas comuns de ensino regular, representando um total de 52.500, ou 74%.
Nas escolas regulares, os surdos têm aulas com os alunos ouvintes e uma intérprete. Em Minas Gerais, estes estudantes contam com salas de estudos e acompanhamento de profissionais, segundo a Secretaria de Estado e Educação.
A gerente editorial e de projetos da Editora Arara Azul, Clelia Regina Ramos, ressalta que o surdo tem direito a ter todos os materiais que as outras pessoas têm traduzidos para a Libras, mas o material ainda é caro. “É trabalho com multimídia, os profissionais são caros, tem filmagem”. Ela aponta a necessidade de mais investimentos e parcerias para que o setor cresça.
(O trecho do vídeo da Turma da Mônica foi cedido pela Maurício de Souza
Produções).
Por: Fernanda Brescia Do G1 MG
Disponível em:
Visitado em 12/08/2014 às 15:00 h