terça-feira, 29 de outubro de 2013

Alteração histógica em cães portadores de leishmaniose.


Introdução

As leishmanioses representam um complexo de zoonoses que acometem o homem quando ele entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito (Brasil, 2006). São classificadas entre as doenças mais relevantes e emergentes em todo mundo, e o Brasil está entre os países da América Latina que apresenta maior número de casos humanos, cerca de 90% dos casos anuais registrados (Monteiro et al., 2005).

Embora o homem também possa atuar como reservatório do agente e tenha participação no ciclo de transmissão, o cão é considerado um dos elos mais importantes na cadeia epidemiológica da leishmaniose visceral (LV) (Ribeiro, 2007). A LV é transmitida através da picada de insetos denominados flebotomíneos, principalmente as espécies Lutzomyia longipalpis e L. cruzi, que veiculam as formas promastigotas infectantes.

 O principal agente etiológico da LV no Brasil é a Leishmania (Leishmania) chagasi (Brasil, 2006, Camargo-Neves et al., 2006).

A patogenia da leishmaniose visceral canina (LVC) envolve vários fatores, e um fator decisivo na evolução da doença está associado à resposta imunológica que o animal desenvolve contra o parasito (Engwerda et al., 2004, Sanchez et al., 2004, Miranda et al., 2007). A resposta imunológica do tipo celular tem sido associada à proteção e cura (Barbieri, 2006), enquanto que a resposta imunológica do tipo humoral, mediada por anticorpos (Reis et al., 2006) vem sendo associada a processos inflamatórios que provocam danos teciduais que repercutem em sinais clínicos associados à LVC (Ciaramella et al., 1997, Ciaramella e Corona, 2003, Trotz-Williams e Gradoni, 2003).

A infecção pode se apresentar de forma clínica, em que cães apresentam sinais clínicos e/ou alterações clínico-patológicas características com confirmação de Leishmania chagasi, ou subclínica, em que cães não apresentam alterações clínicopatológicas, mas têm a presença de L. chagasi confirmada por testes diagnósticos (Solano-Gallego et al., 2009). Apesar de a LVC ser caracterizada como uma severa doença sistêmica, poucos estudos foram realizados descrevendo as principais alterações histopatológicas encontradas nos diversos órgãos do hospedeiro afetado pelo parasito (Giunchetti et al., 2008). Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar as alterações histológicas do baço, fígado, linfonodo e pele, de cães naturalmente infectados nas diferentes formas
clínicas da leishmaniose visceral canina.

 

Material e Métodos

Animais

Foram utilizados cães (n=85) adultos, de idade e peso variados e sem raças definidas. Os cães eram provenientes do Centro de Controle de Zoonoses de Fortaleza

(CCZ). Este trabalho foi aprovado previamente pelo Comitê de Ética para Uso de

Animais da Universidade Estadual do Ceará (CEUA/UECE), protocolo SPU n°

08622833-1.

 

Avaliação Histológica

 

As mais frequentes alterações histológicas esplênicas encontradas foram: espessamento de cápsula (10%) e hipoplasia de polpa vermelha e polpa branca, de caráter discreto (40%) moderada hipertrofia de polpa vermelha e polpa branca (20%) e intensa congestão (30%) no grupo CS (Tabela 1). No grupo CC, também foi observado discreto espessamento de cápsula (4,4%) e hipertrofia de polpa vermelha e polpa branca (13,2%); moderada hipoplasia de polpa vermelha e polpa branca (51,5%) e fibrose subcapsular (2,9%), além de congestão intensa (19,1%). Em CN observou-se discreta congestão (85,7%). No fígado foi observado infiltrado inflamatório histiolinfocitário peri-portal (40%), hipertrofia/hiperplasia de células de Küpffer (40%) , congestão (50%) moderados , além de espessamento de cápsula (40%) e granulomas intralobulares (20%) discretos (Figura 3d), no grupo CS. Com relação ao grupo CC, observou-se infiltrado inflamatório peri-portal (33,8%), espessamento de cápsula (10,3%), hipertrofia/hiperplasia de células de Küpffer (48,5%), congestão (33,8%) e granulomas intralobulares (10,3%), todos com o caráter moderado. Em CN verificou-se um discreto infiltrado inflamatório peri-portal (14,3%), hipertrofia/hiperplasia de células de Küpffer (42,8%) e congestão (28,6%). No linfonodo poplíteo, o grupo CS apresentou como principais alterações, inflamação capsular (40%) , congestão (40%), hemossiderose

(40%) e hipertrofia/hiperplasia de nódulos linfáticos (40%) discretas, hipertrofia/hiperplasia de cortical (40%) e hipertrofia/hiperplasia de medular (60%) moderadas. Já no grupo CC, as principais alterações foram: inflamação capsular (41,2%), congestão (32,3%), hemossiderose (33,8%) e hipertrofia/hiperplasia de nódulos linfáticos (45,6%) também de forma discreta, hipertrofia/hiperplasia de cortical (50%) e hipertrofia/hiperplasia de medular (33,8%) com caráter moderado. No grupo CN foi observada inflamação capsular (57,2%), hipertrofia/hiperplasia de cortical (28,6%), congestão (28,6%) e hemossiderose (42,8%), todos com caráter discreto.

Na pele foi observado infiltrado inflamatório linfocitário moderado em CS

(40%) e discreto em CC (35,3%). Vale ressaltar que, 32,4% dos cães pertencentes à CC apresentaram infiltrado inflamatório de caráter intenso. Outros achados também foram visualizados, como a presença de discreta congestão extravascular (40% e 29,4%), angiogênese (20% e 14,7%) e edema (10% e11,8%) em CS e CC, respectivamente. Em CN foi observado discreto infiltrado inflamatório em 14,3% dos cães.

 

Referências bibliográficas disponíveis em:


Visitado em: 28/10/2013 às 21:00h

 *Pessoal esse conteudo é sobre alteração histológica em cães portadores de leishmaniose e não alteraçoes histólogicas em doenças hematológicas, pois eu não encontrei até agora conteúdo especifico, mas esse conteudo é bem interresante e fala sobre alterações histológicas após doença, espero a conpreenção de vocês. E principalmente a do Wagner!
 
Oi Pessoal!

Esse foi um ressumo, a respeito de uma Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Ciências Veterinárias. Feito pelo JOSÉ CLAUDIO CARNEIRO DE FREITAS.

Esse tralho é sobre a leishmaniose visceral canina (LVC) que  é uma doença infecciosa crônica causada por protozoários pertencentes ao gênero Leishmania e o cão doméstico é apontado como principal hospedeiro reservatório e responsável pela manutenção da cadeia epidemiológica da doença.Um dos objetivos desse trabalho foi Avaliar as alterações histológicas do baço, fígado, linfonodo e pele, nas diferentes formas clínicas de cães naturalmente infectados por Leishmania chagasi.

Espero que gostem, ai vai o link para que vocês possam visualizar o trabalho na integra.

Um comentário:

  1. Uma matéria bastante interessante. Doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos.

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