Etapas
de Instalação de um Aterro Sanitário e as vantagens dos aterros controlados.
Um
aterro sanitário conta necessariamente com as seguintes unidades:
•
Unidades operacionais:
•
células de lixo domiciliar;
•
células de lixo hospitalar (caso o Município não disponha de processo mais
efetivo para dar destino final a esse tipo de lixo);
•
impermeabilização de fundo (obrigatória) e superior (opcional);
•
sistema de coleta e tratamento dos líquidos percolados (chorume);
•
sistema de coleta e queima (ou beneficiamento) do biogás;
•
sistema de drenagem e afastamento das águas pluviais;
•
sistemas de monitoramento ambiental, topográfico e geotécnico;
•
pátio de estocagem de materiais.
•
Unidades de apoio:
•
cerca e barreira vegetal;
•
estradas de acesso e de serviço;
•
balança rodoviária e sistema de controle de resíduos;
•
guarita de entrada e prédio administrativo;
•
oficina e borracharia.
A
operação de um aterro deve ser precedida do processo de seleção de áreas,
licenciamento, projeto executivo e implantação.
Construção
Existem três métodos distintos para se construir um
aterro sanitário:
• Método de rampa;
• Método de trincheira;
• Método de área.
Operação
Ao operar um aterro sanitário será necessário
contar com uma frota adequada para poder cumprir a totalidade das tarefas.
Com tal
finalidade, dever-se-á dispor do equipamento que realize as operações necessárias
de forma econômica e apropriada. Também deverá estabelecer-se uma dotação
multifuncional para substituições que possam produzir-se por diferentes razões,
durante a operação do aterro, a fim de assegurar a continuidade de seu
funcionamento. O equipamento dependerá do tipo e quantidade de resíduos
recebidos, do material de cobertura e dos métodos de operação do aterro.
Manutenção
A Lei 9.605/1998 – de Crimes Ambientais e o Código
Florestal – Lei 4.771/1965 e as Instruções
Normativas do IBAMA 146/2007 e 154/2007, em seu
conjunto estabelecem a necessidade da supervisão ambiental do empreendimento e em
especial o monitoramento e o acompanhamento das condições ambientais afetadas
direta ou indiretamente pelo aterro em operação.
Para o monitoramento adequado do aterro deverão ser
observadas:
•a qualidade do ar;
•a poluição sonora;
•a qualidade das águas:
–superficiais;
–subterrâneas.
•o controle do solo;
•a recuperação vegetal;
•a preservação da fauna terrestre;
•a preservação dos ecossistemas aquáticos;
•o controle do efluente tratado.
Fechamento e Selagem
O projeto e a construção de aterros sanitários são
uma atividade contínua que termina somente quando toda a capacidade disponível
ou permitida na área tenha sido preenchida com resíduos
Fechamento e Selagem. Quando isto
acontece, o aterro deve fechar-se, identificando o momento final de uma
instalação que não irá receber mais resíduo. Para assegurar o funcionamento dos
controles ambientais no fechamento e durante o período posterior, deve-se
desenvolver um plano que frequentemente se realiza durante a fase de projeto. O
objetivo do plano é definir os passos que têm que ser adotados para fechar o
aterro e os elementos de manutenção, após o fechamento, que sejam necessários. Os
aterros fechados ou abandonados apresentam diversos problemas potenciais para a
comunidade, os quais podem ser mais graves e dispendiosos de solucionar que
supervisionar e construir aterros novos, porque as práticas de vazamento de
lixo do passado, normalmente não seguiam os critérios e normas atualmente em
uso. Sem critérios de gestão, muitos aterros aceitavam resíduos que atualmente
se excluem dos aterros de RSU.
Reinserção
Segundo a FIOCRUZ, em seu "Manual de Gestão
Integrada de Resíduos Municipais e Impactos Ambientais", transcrevem-se as
recomendações a segui. Quando terminam os processos biológicos naturais
produzidos pelo lixo, o aterro se estabiliza e o espaço que ocupa pode
utilizar-se para outros fins comunitários.
No Chile se registram experiências sobre
recuperação e reinserção de antigos aterros sanitários, realizadas dentro de
programas previamente determinados como o Programa de Florestamento Urbano do
Ministério da Habitação e Urbanismo, que indica previamente o uso futuro do
aterro, como parque.
Os terrenos recuperados com as operações de
lançamento de resíduos sólidos podem oferecer valiosas vantagens à cidade, já
que podem ser destinados a usos recreativos como, parques, campos de esportes;
usos comerciais como estacionamentos de veículos ou edificações industriais e
comerciais ou usos agrícolas. Na utilização posterior que se dá a aterros
sanitários deve estar condicionada pelo seu meio e, até certo ponto, pelo grau
de assentamento e a estabilidade atingida pelo processo de degradação dos resíduos.
Por exemplo, um aterro localizado a vários quilômetros de distância de uma área
residencial não é adequado para campo de esportes ou estacionamento, e outro no
qual se espera um assentamento rápido e desigual não é adequado sequer para
pequenas edificações.
Vida Útil
Uma vez determinada, na fase de projeto, a quantidade
de resíduos que deverão ser aterrados nos próximos anos, em uma matriz em que constem
pesos e volumes, determinar-se-á o tempo de vida útil do aterro. Os volumes anuais
e os acumulados ao longo dos anos possibilitarão o cálculo do tempo de vida útil,
o qual deverá ser de no mínimo 10 a 15 anos.
Índice de Qualidade
Três são os fatores que influenciam diretamente no índice
de qualidade de um aterro sanitário: são eles de ordem sanitária, ambiental e operacional.
As deficiências de ordem sanitária frequentemente encontrada são: fogo, fumaça,
odor, macrovetores de doenças (cachorros, gatos, porcos, urubus, ratos), microvetores
(moscas, mosquitos, bactérias, fungos).
Quanto à ordem ambiental, geralmente são encontrados
poluição do ar, águas superficiais e subterrâneas, poluição do solo e prejuízos
à estética e paisagem locais. As deficiências de ordem operacional são: via de acesso
intransitável nos dias de chuva falta de controle da área, descontrole dos resíduos
recebidos, falta de procedimentos para inspeção, pesagem, ausência de critérios
de disposição etc.
"Lixões":
Locais onde o lixo coletado é lançado diretamente sobre o solo sem qualquer
controle e sem quaisquer cuidados ambientais, poluindo tanto o solo, quanto o
ar as águas subterrâneas e superficiais
das vizinhanças.
Os lixões, além dos
problemas sanitários com a proliferação de vetores de doenças, também se
constituem em sério problema social, porque acabam atraindo os
"catadores", indivíduos que fazem da catação do lixo um meio de
sobrevivência, muitas vezes permanecendo na área do aterro, em abrigos e
casebres, criando famílias e até mesmo formando comunidades.
A diferença básica
entre um aterro sanitário e um aterro controlado é que este último prescinde da
coleta e tratamento do chorume, assim como da drenagem e queima do biogás.
O aterro sanitário é um
método para disposição final dos resíduos sólidos urbanos, sobre terreno
natural, através do seu confinamento em camadas cobertas com material inerte,
geralmente solo, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar
danos ao meio ambiente, em particular à saúde e à segurança pública.
O aterro controlado
também é uma forma de se confinar tecnicamente o lixo coletado sem poluir o
ambiente externo, porém, sem promover a coleta e o tratamento do chorume e a
coleta e a queima do biogás.
Referências
bibliográficas disponíveis em:
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